Friday, November 04, 2005

IV- Os meus primeiros amigos

Amigos... amigos... Ao longo da minha vida fui descobrindo vários sentidos para a palavra amizade. Nunca encontrei um significado objectivo pois não existe. No entanto percebi que para se ser amigo não basta estar presente, não basta dizer que gostamos, não basta manter a imagem aristotélica da beleza humana... basta recordar os bons momentos, possuir um sentimento verdadeiro, acreditar que a amizade supera tudo! Assim conseguirás criar um amigo. Um ser que estará presente para sempre em toda a tua vida.
Tive alguns amigos. Não muitos... alguns.
Comecei desde muito cedo a criar as primeiras amizades. Senti essa necessidade com a constante ausência dos meus pais. Os teatrinhos, as parvoíces do chama nomes, os piqueniques, até os jogos mais picantes fizeram parte da minha infância. Quando me lembro esboço um sorriso sincero cheio de ternura e muito carinho. Não sei se deva nomear os meus amigos. Todos eles merecem. Pensei sinceramente fazer uma lista de todos eles para melhor evidenciar os seus nomes! Mas depois achei que alguns deles se sentiriam constrangidos…

Pois bem… começo desde gaiato com o meu primeiro amigo. Por acaso era uma rapariga. O nome dela era Carlota. Morava no mesmo prédio que eu e desde sempre houve ali qualquer coisa que me despertou interesse. Sempre nos demos muito bem. Mais tarde novos amigos foram-se juntando ao pequeno grupo que ali se formava. Tínhamos as nossas brincadeiras… zangávamo-nos todos muitas vezes, mas no fundo… bem lá no fundo todos nos adorávamos.
Tivemos formas de crescer diferentes. Uns cresceram demasiado rápido. Outros foram crescendo. Os que sobraram ainda mantêm algumas das características mais peculiares da infância.
Meu irmão tinha em parte o seu grupo de amigos, e eu tinha o meu. Por vezes entrávamos em choque mas nada que não se resolvesse. O mais velho, o João tinha 2 anos a mais que eu. Éramos os melhores amigos até ao dia em que ele estragou tudo e cortámos mesmo relações. Nem sei porque nos zangámos mas a verdade é que ficámos imenso tempo sem falar…

Tuesday, November 01, 2005

III- o meu primeiro amor



Colégio Mulher da Fonte…? Sim… era este o nome. Totalmente diferente de toda aquela calmaria do ciclo anterior. Novos colegas, novas turmas, espaço mais amplo, novos ares, todo um sem fim de descobertas que ao longo dos cinco anos que lá passei foram surgindo dia-a-dia.
Ao longe, mas tão perto de mim, eu a vi. Ela era bonita como o sol, branca como a neve, sorrindo como uma flor ao abrir na Primavera. Os seus cabelos loiros escondiam o olhar mais lindo que alguma vez existiu. Cada gesto, cada sussurro seu arrepiavam todos aqueles que se apaixonaram por ela. Sara. Nunca hei-de esquecer o seu nome. Aproximei-me dela de tal forma que se tornou uma das minhas melhores amigas. A pessoa com quem sempre pude contar. Uma vez disse-lhe que noutra vida vivemos uma linda história de amor para tentar perceber se ela estaria receptiva ao meu amor. Qual não é o meu espanto quando a ouço dizer: “o dia começa agora e a noite arrasta toda a alegria que o sol deixou para trás.” Não entendi nada da frase… mas pensei que o tempo me esclarecesse. São aquelas frases que mudam toda a nossa vida quando as compreendemos.
Bem… já que falei em amigos tenho que vos apresentar todos eles… e garanto-vos… são muitos muitos muitos!