Monday, October 31, 2005

II- Magia de ser criança


Os anos passaram. Nunca fomos para um infantário pois minha mãe era doméstica. Passei quatro dos melhores anos da minha vida no 1º ciclo. Muita alegria, muito ânimo. O rosto dos meus colegas demonstrava a inocência, a ingenuidade, a falta de alguém que nos ensinasse o verdadeiro sentido da vida.
Nunca me queixei da minha professora. Desde sempre nos ensinou tudo de uma forma clara e objectiva. Recordo-me das aulas em que a nossa imaginação voava. Colocávamo-nos em cima das mesas de barriga para baixo. Éramos pequenas embarcações que andavam no alto mar. Podíamos ser pássaros ao percorrer a sala toda de braços abertos. Mas o que eu mais gostava era do cantinho do Era uma Vez. Sentavam-se todos. Cada um abraçava a sua almofada e aí ouvimos as mais belas histórias contadas por alguém que adorávamos. Eram momentos mágicos. Quando ouvia o sinal de saída ficava triste. Sempre adorei a escola. Mais uma das diferenças entre mim e o meu irmão. Ele nunca gostou da escola. Sempre foi um miúdo super envergonhado. Talvez por isso ele seja hoje um ser tão cómico e cheio de à vontade. No seu primeiro dia de aulas envergonhou-se de pedir à professora para ir à casa-de-banho. O fim foi o esperado, calças sujas surra à vista. Minha mãe deu-lhe um sermão tão grande que ele nunca mais repetiu a proeza.
Bem… os anos passaram e mudei de casa. Sim, de casa. Porque ao fim ao cabo, se pensarmos a escola é a nossa segunda casa.

Sunday, October 30, 2005

I- Quem sou eu?


Toda a nossa infância fora vivida a dois. Desde muito novo nunca entendi o significado de muitos valores que fazem hoje parte da minha vida.
Ele era tímido, reservado, sempre com medo da própria sombra… pensando sempre o pior. Julgava que os monstros existiam, que as bruxas surgiriam na escuridão da noite, no limiar do mínimo sussurro. Que de uma caixa sairia sempre aquele palhaço de cara branca muito rosada, com aquele sorriso horrendo que atormenta os nossos pesadelos.
Eu era forte, divertido, sorrindo sempre mesmo quando os obstáculos surgiam. Sentia-me bem comigo mesmo… era feliz à minha maneira. Não temia nem a maior das contrariedades vendo sempre em mim um exemplo para todos.
Hoje sou ele… e ele é um retrato do meu passado. Talvez não tenha mudado por completo. Contudo, pelo que passei o meu olhar sobre a vida é outro. Sou um pouco cego num mundo em que muitos não enxergam nada. Ele é o Fábio, meu irmão. Eu sou o David.

A nossa vida nunca foi fácil. Nossa mãe não trabalhava. Nosso pai era o sustento de todos nós, porém a sua presença era quase nula. Quando saímos juntos parecia que algo sempre o incomodava. Família? Amor e compreensão? Hoje talvez ele ainda não saiba o significado destas palavras.
Minha mãe era forte… determinada. Saíra muito cedo da escola pois o amor a meu pai fora superior a tudo. Admiro-a. Admiro o seu sentimento. Não acredito que seja fácil viver em função de alguém… porém ela vive. Sempre nos deu tudo o que podia. Nossas vontades e caprichos tornavam-se realidades concretizadas. Grande mulher minha mãe. Talvez tenha herdado todas estas qualidades da avó Maria. Mas desta quero falar lá mais para a frente.

Prólogo


Nunca entendi claramente a vida de um jovem. O sentir, o pensar, o próprio viver fazem de mim um ser diferente de todos os outros. Por vezes acabo por entrar na nostalgia dos tempos, recordando cada momento por que passei. Mas todas estas emoções realçam ainda mais a nossa existência por vezes fácil, outras difícil passada na adolescência. Cada relato, cada experiência levam-nos a exigir de nós próprios uma maior maturidade. Sentes que a tua vida não tem sentido? Sentes que seria melhor libertares-te do passado vivendo cada momento presente? Sentes-te só num mundo egoísta, macabro e cheio de falsidade e hipocrisia? Então a tua história é em tudo semelhante à História de Alguém Como Eu…

Facto


HISTÓRIA DAS SEREIAS

Numa noite calma de Primavera ou Outono, o marinheiro deixa deslizar docemente seu barco perto das margens semeadas de rochedos e ouve ao longe, no marulho das ondas, o gorjeio de uma ave. Esse gorjeio, entrecortado por gritos estridentes e zombeteiros, ganha os ares e passa invisível com um estranho sibilo de asas, por cima da cabeça do marinheiro atento, dando-lhe a impressão de um concerto de vozes humanas. A sua imaginação lhe representa grupo de mulheres que se divertem e tentam desviá-lo de seu rumo. Ele acaba se aproximando mais para identificar a voz e sua embarcação se quebrará nos rochedos. Esta é sem dúvida, a origem de todas as fábulas das Sereias. Mas devemos agradecer a estes poetas que criaram esta lenda tão maravilhosa.
Rosane Volpatto

Agradecimentos




Queria agradecer a toda a minha família e em especial à mulher que me fez nascer. Talvez em tempos não tenha sido uma criança fácil. Mas todos me amaram. Ainda hoje sei que sou um ser complicado e que muitos sofrem com alguns dos meus actos.

A todos os meus amigos de todas as histórias bizarras e únicas por que passei. Um pouco indirectamente estas páginas são vossas. Vocês que me fazem rir… que me fazem chorar… que me permitiram crescer de uma forma tão activa e divertida nesta passagem pela Terra.

O meu coração é enorme… e vocês estão cá todos…

Friday, October 28, 2005

Para todos os meus amigos…

e em especial para ti Rui…
que nunca me falhaste… amigos como tu são únicos


dani também para ti que me deste esta brilhante ideia…

à minha musa inspiradora
e à minha deusa de ébano.

Thursday, October 27, 2005

Um livro escrito na net

A História De Alguém Como Eu

Vicente Xmiu